Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o
cinza dos dias, bem assim:
que seja doce. Quando há sol, e esse
sol bate na minha cara amassada do
sono ou da insônia, contemplando as
partículas de poeira soltas no ar, feito
um pequeno universo, repito sete vezes
para dar sorte: que seja doce, que seja
doce, que seja doce, e assim por
diante. Mas, se alguém me perguntasse
o que deverá ser doce, talvez não saiba
responder. Tudo é tão vago como se
não fosse nada. Que seja doce o dia
quando eu abrir as janelas e lembrar
de você. Que sejam doces os finais de
tardes, inclusive os de segunda - feira -
quando começa a contagem regressiva
para o final de semana chegar. Que
seja doce a espera pelas mensagens.
ligações e recadinhos bonitinhos. Que
seja (mais do que) doce a voz ao falar
no telefone. Que seja doce o seu
cheiro. Que seja doce o seu jeito, seus
olhares, seu receio. Que seja doce o
seu modo de andar, de sentir, de
demonstrar afeto. Que sejam doce suas
expressões faciais, até o levantar de
sobrancelha. Que seja doce a leveza
que eu sentirei ao seu lado. Que seja
doce a ausência do meu medo. Que
seja doce o seu abraço. Que seja doce
o modo como você irá segurar na
minha mão. Que seja doce. Que
sejamos doce. E seremos, eu sei.
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