2 de dez. de 2011

Welcome to my life



O vento dançava com as folhas das árvores que roçavam suavemente contra a janela. A noite brilhava apesar das nuvens cobrirem todas as estrelas. A Lua iluminava pontos do quarto escuro. Em um deles, estava eu, sentada em uma cadeira de balanço antiga, envolvida numa coberta, alternando entre olhar a noite e observar cada gesto seu adormecido na cama. Nossa cama, ousei pensar mordendo os lábios. Me agradou imensamente como soava aquela palavra: Nossa. Tímida, comum, que acelera meu peito enquanto imaginava tudo que poderia transformar-se em nosso. Nosso canto, nosso lar, nossa história. Palavras pequeninas, unidas, e capazes de triplicar o tamanho do coração.

Quando dei por mim, estava deitada ao teu lado, te afagando os fios de cabelo e recordando todas as vezes que quase fugi de você e desisti no último instante. A vida sempre fora assim comigo. Era sentir e fugir. Era encontrar e me esconder. Com todos fui assim, e apesar de doer no início, passava e seguia em frente. Mas com você, não. Pensar em dizer adeus me doía mais do que lembrar todas as minhas partidas de uma só vez. Em algum canto da alma, eu sabia, as despedidas vieram uma à uma esperando apenas tua chegada para jamais voltarem a existir. Você apagou o meu passado e iniciou comigo um novo livro sem rascunho algum. Me fez viver no improviso. Mostrou para minha natureza desconfiada o quão é bom aprender a confiar. Ensinou-me a amar sem pressa - nesse teu jeito bem devagar, saboreando cada sensação. Em meio à devaneios, senti seu olhar em mim. Eu te sorri e você sorriu de volta. Era bom, entre tantos sentimentos solitários, saber que algo era devolvido à mim. Saber que meus arrepios, sorrisos e toda essa vontade de você, eram recíprocos. Eu encostei a cabeça no teu peito e fui embalada pelo ritmo da sua respiração, pensando em como era bom, entre tantos caminhos opostos e acenos de adeus, encontrar você.

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